O X da Questão
Alexandre de Moraes & Elon Musk
Eita assunto que tá rendendo, hein! Parece briga de Titans em puberdade enlouquecida.
Por um lado, o juiz supremo de seus conhecimentos sobre as leis no Brasil, achando que somos o centro do Mundo e todos nos devem obediência. E pra quem não obedece, punição máxima pra além das fronteiras legais, ultrapassando todos os limites do bom senso e criminalizando o cidadão comum tal como eu, você e a senhorinha que está postando fotos dos netos na rede social.
Por outro lado, o empresário endinheirado pacas, com ambição extraterrestre e acesso ilimitado aos nossos dispositivos com ofertas sedutoras que, além de facilitar a comunicação e a troca social, dá acesso a idéias nem sempre motivantes e moralmente alinhadas, sob política de preservação de informações privadas.
Choque frontal e desmedido de duas figuras egóicas ao extremo, pra além do limite do bom senso e da vontade de integrar. É guerra declarada pra partir o Universo em dois ou mais pedaços, usando a população como palco de extremismo.
Será que tem alguém certo nessa estória? Ou tá tudo errado?
Se você cair na pegadinha de tentar responder a essas questões, vai acabar se aliando às mesmas forças que hoje causam tamanho desconforto. Não interessam a minha ou a sua opinião sobre elas, porque vão acabar sendo alimento pra polarização e mais desconforto para todos.
Então, te convido a olhar tudo isso de outro lugar. Um lugar sem lados. Sem partidos. Sem opinião. Um lugar que consiga visualizar apreciativamente quão exaurido está o sistema em que estamos todos inseridos.
Dê um passo pra traz, afastando-se daquilo que te move para uma das partes ou lados, e pense nas seguintes questões:
Será que em um Mundo onde a comunicação digital traz tanto acesso, há espaço pra mantermos o conceito de pátria e elevarmos os muros para aqueles que não são daqui, originalmente? Mas quem é “daqui”? Quem é “dali”? Não estamos todos vivendo no mesmo lugar?
Será que preservar a identidade e a confidencialidade de dados dos “daqui” ou “dali” é crime? Será que expor ideias contrárias à minha ou às de alguém é crime? Será que preservar a identidade e a confidencialidade de dados de um “criminoso” por ideologia é crime?
Será que as leis protetoras dos “daqui” são suficientes e adequadas pra cuidar dos “daqui”? E por que quando elas são ameaçadas pelos “dali”, viram-se contra os “daqui”, criminalizando a todos?
Será que alguém pode ou deve limitar a minha liberdade de acessar o que desejo, “aqui” ou “ali”? Será que eu não tenho capacidade de escolher o que desejo fazer e onde fazer?
Então, se seu olhar pra tudo isso for além do convencional noticiado, algumas percepções podem emergir:
Você poderá perceber que as leis não respondem mais à dinâmica do mundo atual. Nem mesmo seus juristas de mais alta patente.
Você poderá perceber que os modelos de gestão empresarial não dão conta da dinâmica das empresas, de seus colaboradores e demais stakeholders. Nem mesmo seus líderes mais famosos.
Você poderá perceber que pessoas supostamente doutoradas e enriquecidas, no lugar de buscar nutrir campos de criação e evolução, escolhem a permanência em lugar pequeno, escuro e isolado, plantando distanciamento de si e de todos.
Você poderá perceber que a escala cinematográfica de eventos como esse, protagonizado por dois Titans, sinalizam o colapso em que nos encontramos como seres humanos e sociedade, afetando substancialmente a vida na Terra.
Então, o que eu e você podemos fazer para impactar positivamente essa triste realidade?
Eu te digo:
Desprendamo-nos da “Questão do X” e criemos olhar apreciativo para o “X da Questão”.
Vamos exercitar?